29 de março de 2007

A barbicha do senhor, chamemos-lhe assim

Anda por aí nos autedóres uma barbicha que tem por trás um senhor, chamemos-lhe assim. A barbicha reclama Portugal para os portugueses e muito educadamente deseja boa viagem.

Se calhar este senhor, chamemos-lhe assim, é um visionário.
Antevê o domínio avassalador da Espanha, a pobreza galopante nacional, os tugas a emigrarem em massa e o país vazio. E revolta-se, pois claro. Revolta-se com essa imagem terrível e melancólica do jardinzinho à beira-mar deserto, abandonado aos pombos e a outras pragas, algumas com barbicha e senhores por trás. No fundo quer apenas preservar esse país pacato e povoado por descendentes do Afonso, esse outro grande português que mais valia ter ficado quieto.

Ou talvez não seja nada disto, e o senhor, chamemos-lhe assim, não seja visionário coisa nenhuma.
Apenas imbecil.
Chamemos-lhe assim.