Burolimbo, parte dois
Parte dois ou quatro, tamanha é a sua força bestial.
Mas adiante.
Já tenho a certeza que moro onde moro. Que alívio!
Com a força interior que tal documento me dá, dirijo-me às instalações da EMEL, confiante na completude do arsenal de documentos exigidos. Chego e tiro uma senha, que de imediato cedo ao cavalheiro a seguir, uma vez que não tenho o impresso preenchido. Minutos depois, levo um responso da senhora do atendimento, porque não troquei a senha com o dito senhor. Por sorte, a senhora funcionária estava atenta e reparou, sorte a minha. Hmmmmm. Começa bem. Calma, respira fundo, nada de sarcasmos. Ok.
Parece estar tudo a correr bem, mas de repente as feições da funcionária turvam-se. «A morada da carta de condução não corresponde, tem de fazer a alteração.» Ah, é o mesmo prédio mas agora moro no 1ºandar e não no rés-do-chão. «Se for ali à loja do cidadão trata disso depressa.» Viva o optimismo. Chegado à loja do cidadão, constato sem grande surpresa que os impressos na DGV estão esgotados. Meia volta e toca de ir à INCM comprar os impressos. Tirar fotos. E fotocópias. E mais os originais. E o raio que os parta. Regresso à EMEL. Nova funcionária. «A minha colega disse-lhe que vai a despacho, não disse? É que já havia um dístico atribuído a esta morada. Telefone daqui a dois dias para saber.»
Vai a despacho, vai.
É cá um despachanço.
Deviam antes dizer «Vai à engonha».
Já lá vão duas semanas.
Porra.
Em triplicado.
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