Fados, petiscos e guitarradas, com vinhaça a mistura.
Visitei hoje a "Petisqueira de Alcântara". Vim de lá num misto de satisfação e desilusão que só a alma de uma apreciadora de fadistagem pode alcançar.
Transmito-vos a minha crítica..., sob o alçapão do carácter tão pessoal que isso acarreta. São ideias muito minhas e quem ler pode não concordar. Aceito mas com isso posso eu bem.
Pois, meus amigos, o repasto teve qualidade superior. A quantidade na conta certa e o preço na conta alta. Enfim, contingências. Quem quiser jantar prepare-se para largar a nota. Aconselho-vos a forrarem a camisa em casa e degustarem por lá um copinho de vinho (Periquita) e um pratinho de entradas que os tempos são de crise e a malta é jovem.
E depois veio o fado. Veio tarde. Já eram quase um quarto para as onze. Mas valeu a pena. O fadista, de nome "Ruca" (e não, não é o Ruca dos miúdos pequenos), é irrepreensível. Voz fantástica, firme, um reportório bonito e nada "desgraçadinho", cheio de estilo e acompanhado por uma dupla interessante à guitarra portuguesa e à guitarra clássica.
Cantou cinco fados. Letras de Manuel Alegre, Teresa Tarouca, entre outros, deliciavam a parca plateia. Depois... um intervalo. 45 minutos sem fado. Mais uns fados. Desta feita por alguém cujo nome desconheço (mea culpa), de voz igualmente encantadora mas com tanto de vaidade como o outro de humildade. Cinco fadinhos, a menina a bater o pezinho e a cantar nos refrões. E depois..... PUFF! Uma hora sem fado, a apelar ao consumo.
Pois, meus senhores, assim a Menina não gosta: é que na porta lemos "Tertúlia fadista às quintas-feiras". Francamente, o fado soube-me a pouco. Da próxima faço-me à pista com umas ameiijôas e tá a mala aviada. É que saí de casa para ouvir, para beber fado e afinal quase que me metia nos copos e não ouvia fado.
Próximo investimento: Adega da Tia Rosa - fado vadio ao sábado (uma vez por mês).
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