28 de agosto de 2007

Choque do presente

Há lugar para tudo nesta vida.
Para o salto e para o sopro, para a explosão e para o lento deslizar dos icebergs.

A transição férias-trabalho é um salto explosivo, mas deveria ser doutro modo.

No primeiro dia de trabalho depois das férias, fazia-se a coisa com suavidade: chegar ao local de trabalho (brrrrrrrrr!) às três da tarde, pôr a conversa em dia e contar as aventuras das férias refastelado numa poltrona, beberricando um gin tónico. Duas horitas, no máximo.

Depois, e ao longo de quatro semanas, aumentar gradualmente a exposição a tão nefasto ambiente, esse onde se ganha o pão e se perde o vinho. Á quinta semana, a jorna diária atingiria, na pior das hipóteses, quatro horas. À nona semana, cinco horas, e assim por diante. Não tarda o corpo cede, e começa a pedir férias.
É a altura de começar de novo a reduzir o veneno laboral.

Só me admiro por tão elementar medida de saúde pública não estar já em vigor.