13 de setembro de 2007

PRO BONO

Audiência Tribunal de Trabalho na Quarta-Feira, às 9h30.
O Sinistrado pede-me para estar lá às 8h para me contar a história.
Chego às 9h, conscientemente.
Ele surge às 10h15m.
Querem dar-lhe 12 000,00. Diz-me que nunca fez fosse o que fosse na vida e que este dinheiro é muito bem vindo.
Leio o processo e descubro que está a cumprir pena de prisão em liberdade, vive numa instituição social, este é o primeiro trabalho que teve na vida (aos 46 anos), tem HIV e problemas comportamentais.
Aguardo até às 12.35m por uma tentativa de conciliação.
Às 12.40 dizem-me que é adiado para dia 3 de Outubro.

Uma manhã perdida, completamente inútil.

E isto tudo porque frequentei uma universidade pública e acho que o devo ao Estado - patrocínio oficioso durante uns anos. (Não o fiz durante algum tempo, agora julguei que ia redimir-me. E não, não é pelo dinheiro que irei receber daqui a 4 ou 5 anos...).

A minha capacidade de me demonstrar reconhecida tem limites. That's enough.